Centro de Reabilitação e Engenharia Mecânica criam órtese em impressora 3D para paciente amputado
A peça é um bracelete com fechamento ajustável, feito de um polímero biodegradável
A parceria entre o Centro de Reabilitação das Clínicas FAG e os cursos de Engenharia Mecânica e de Engenharia de Controle e Automação do Centro Universitário FAG rendeu um novo fruto. Desta vez, foi produzida uma órtese personalizada em impressora 3D. O equipamento foi desenvolvido para Wanderlei Scherdovski, paciente da Clínica.
Há quase 7 anos, Wanderlei sofreu uma descarga elétrica, enquanto trabalhava como pintor, em Laranjeiras do Sul. Ele teve as duas mãos amputadas. Desde então, tenta se adaptar às tarefas do cotidiano, porém, as opções tradicionais para auxílio não serviram para ele. "Já tentei usar outras órteses e próteses, porém, eu sinto muita dor no coto da mão. Tenho dificuldades em algumas tarefas. Para comer, por exemplo, minha esposa prende o garfo com uma fita crepe no meu coto", relata.
Diante desse desafio, o auxiliar de protético e acadêmico de Engenharia Mecânica, Alison Giordani, começou a desenhar algo específico para Wanderlei. Ele tinha o domínio do software da impressora 3D para o projeto, mas para fazer o uso da impressora buscou a ajuda do professor e Coordenador Adjunto de Engenharia de Controle e Automação, Helder Carozzi. "Foram cerca de 3 meses de testes, fiz uns três modelos até chegar no final. Pensamos em algo para ajudá-lo, que não tem contato com todo o coto, diminuindo a área de contato", detalha Alison.
A peça é um bracelete com fechamento ajustável, feito de um polímero biodegradável. Wanderlei recebeu a órtese hoje (17). Ele irá testar como será o uso nos próximos dias, mas, à primeira vista, aprovou a novidade. "Eles fizeram justamente o que preciso. Testamos aqui com o garfo e pelo visto vai dar certo. Vai me ajudar bastante. Ficou mais fácil, mais prático e não dói", opina Wanderlei.
De acordo coma a Coordenadora do Centro de Reabilitação das Clínicas FAG, Leda Paes Walcker, a ação demonstra que as diferentes áreas podem trabalhar em prol de um bem em comum. "Para algumas pessoas, pode parecer pouco, porém, para uma pessoa que não tem os dois braços, qualquer coisa que melhore a sua independência é muito! É interessante que envolvemos nossos alunos. Unimos tudo isso, trazendo para a sociedade algo positivo", expressa.
No ano passado, a equipe já fez a diferença na vida de Doralice Plucinski, paciente com uma perna amputada. Um Liner - interface protética, que proporciona ao usuário mais conforto no encaixe da prótese -, foi desenvolvido na impressora 3D, já que o dela havia quebrado e não havia opção para reposição à venda. A pequena peça proporcionou um grande avanço na vida da paciente.
Segundo Leda, ainda há um grande campo a ser explorado, unindo as necessidades da área da saúde às possibilidades da tecnologia 3D. "A impressão 3D é algo incrível e que permite personalização, o que é muito importante, já que cada paciente tem suas características próprias. Nosso próximo passo deve ser a produção de alguma prótese", planeja.
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