Tratamento na FAG faz paciente com obesidade mórbida retomar vontade de viver

Após procurar ajuda em um programa de TV, Yussra Zanella de Jesus começou a ser atendida pela clínica da instituição. Em três semanas, ela já perdeu cerca de 15 quilos.

18/06/2008

Depois de já ter tentado sem sucesso tratamentos em Porto Alegre e em Florianópolis, Yussra Zanella de Jesus, de 23 anos de idade, encontrou nas Clínicas da Faculdade Assis Gurgacz (FAG) a chance de ter uma vida normal.

Com 1,65 metros de altura e 240 quilos, ela passava os dias sem fazer atividade nenhuma. “Eu ficava em casa deitada ou sentada. Tive que parar de viver, só chorava. Quando saía eu me preocupava também se eu iria caber nos lugares”, relata.

Morando no município de Guaraciaba, localizado no oeste de Santa Catarina, a sua prima, ao visitá-la, ficou assustada com a situação e a trouxe para Cascavel na tentativa de encontrar um tratamento. A primeira coisa que elas fizeram foi pedir ajuda em um programa de TV.

A acadêmica do 7º período de Fisioterapia da FAG, Laura Zillmer, estava assistindo e ligou para a produção do programa falando que a instituição oferecia esse tipo de tratamento. “Nessa hora eu me lembrei do estágio que eu fiz junto a um grupo de obesos na clínica. Fiquei satisfeita em ver que em alguns minutos o caso dela foi encaminhado”, salienta.

Yussra a considera como “fada-madrinha”. Modesta, Laura acredita não ter feito nada demais. “Não fiz mais que a minha obrigação. Muita gente no meu lugar teria feito a mesma coisa”, frisa.

A paciente recebe três vezes por semana atendimentos nas áreas de Fisioterapia Cardiopulmunar, Nutrição e Psicologia. Em três semanas de tratamento, ela já perdeu cerca de 15 quilos. “Algumas roupas até já não estão mais me servindo, outras eu mandei apertar”, conta.

Segundo a responsável pelo setor de Fisioterapia Cardiopulmonar das Clínicas FAG, professora Alessandra Rigatto, outros aspectos da saúde da paciente também melhoraram. “Quando ela chegou aqui ela mal conseguia respirar, sem falar no risco iminente de infarto e trombose que ela corria. Agora, ela já consegue fazer caminhadas curtas sem maiores dificuldades”, descreve. “Caso ela não fosse atendida naquele momento, ela poderia sofrer danos sérios a qualquer momento”, recorda.

Futuro – Yussra está mais animada e já faz até planos: pretende fazer supletivo, terminar o Ensino Médio e prestar vestibular no final do próximo ano. “Hoje eu tenho mais disposição, mais esperança ao acordar. As dificuldades que tenho enfrentado são pequenas diante a minha vontade de ter uma vida normal”, comenta.

Até lá, ela terá um longo caminho pela frente. Segundo Alessandra, o tratamento está evoluindo de forma rápida. “Estão sendo surpreendentes os avanços que ela tem conseguido. A equipe multiprofissional está fazendo tudo o que é necessário para deixá-la em condições clínicas necessárias para enfrentar a cirurgia”, garante.

O problema é a fila de espera pela cirurgia de redução de estômago (bariátrica) pelo SUS: existem mais de quatro mil pessoas de Cascavel e região que estão na sua frente. “A gente está à procura de um cirurgião que faça esse procedimento o quanto antes. Pelo SUS, a nossa esperança de prontidão no atendimento se resume ao fato do quadro dela ser grave”, explica.

Depois de já ter realizado a cirurgia, Yussra poderá contar com o apoio das Clínicas FAG. “O pós-operatório vai exigir ainda mais cuidados. Devido à perda de peso, é nesse momento que o corpo mais sente os resultados da cirurgia. Diante disso, ela vai precisar se educar e estar consciente das mudanças e no seu estilo de vida”, analisa Alessandra.