Jornalismo da FAG Toledo é destaque com documentário sobre sistema carcerário
Vídeo que foca na realidade e demandas da Região sobre o assunto é finalista do Prêmio Sangue Novo de Jornalismo
Documentar a realidade carcerária brasileira em todas as suas nuances e os métodos alternativos de ressocialização. Este foi o objetivo do videodocumentário "Etiquetados" produzido pelos jornalistas Daniel Felício e Amanda Guedes, como projeto de conclusão do curso de Jornalismo na FAG Toledo. O trabalho realizado em 2017 rendeu elogios aos acadêmicos que tiraram nota 10 na banda e decidiram inscrever o projeto no Prêmio Sangue Novo de Jornalismo. O trabalho acabou classificado entre os finalistas que serão conhecidos no próximo dia 3.
Para a jornalista Amanda Guedes, durante a produção vários estereótipos foram quebrados. "Poder sentar ao lado de um detento, conversar com ele e ver que quanto mais humanizado for o sistema, melhor vai ser para a recuperação dele, foi um crescimento pessoal enorme", relata. Ela afirma que o trabalho buscou fazer uma contraposição ao modelo tradicional de jornalismo. "Esperamos que as pessoas possam assistir nosso trabalho entendendo que todos nós temos uma parcela de culpa em meio a tudo isso. O crime é uma metamorfose e a educação é o que pode parar esse mecanismo", alerta.
O jornalista Daniel Felício afirma que o trabalho foi um desafio para cumprir o propósito da profissão. "Mudar a sociedade e desmistificar as visões torpes do senso comum, mostrando que não adianta o poder público lotar e construir penitenciárias apenas para dar a falsa sensação de segurança para a população", afirma, ressaltando que o modelo atual é cruel para o preso e não resolve o problema da violência. "A sociedade precisa olhar a própria cultura do preconceito, lutar contra a má distribuição de renda e investir em educação, esporte, cultura e desenvolvimento de aptidões", reflete. Em uma parte do documentário os jornalistas visitam uma das sedes da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC). O modelo que está em estudo para implantação em cidades como Toledo e Cascavel tem apresentado excelentes resultados na recuperação e ressocialização de presos no sistema semiaberto.
Para a professora Rosselane Giordani, que orientou os acadêmicos na produção do documentário, a escolha do tema foi muito feliz, pois trata de um problema crônico pouco discutido na sociedade. "É um assunto latente, necessário de ser discutido e o trabalho cumpre esta função do jornalismo de olhar para a sociedade e problematizar assuntos pertinentes. Eles apresentaram as APACs, por exemplo, como uma alternativa ao atual sistema que não funciona. No ano passado, no mesmo ano de produção do documentário, tivemos uma rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC). Eles retrataram este sistema e apontam alterativas. Por isto a nota tirada e a indicação ao prêmio são muito merecidas", comenta.
O coordenador do curso de Jornalismo da FAG Toledo comemorou a indicação ao prêmio. "Os nossos alunos desenvolvem trabalhos práticos desde o início da graduação e este diferencial contribuiu para a formação deles. O amadurecimento e a transformação do acadêmico em um profissionais da comunicação é visível e resulta de um trabalho que sempre buscou a excelência no ensino", relata.
A entrega do Prêmio Sangue Novo de Jornalismo será na sede da APP Sindicato de Curitiba no dia 3 de maio.
2025 Cascavel
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