Fotografia, a arte de retratar o mundo e suas diversidades
Foi através da fotografia que se pôde conhecer a história da humanidade e despertar diversos sentimentos nas pessoas. Hoje, sua presença se torna imprescindível e seu reconhecimento, feito por todos. Como dizia Barthes, “a fotografia é subversiva não quando aterroriza, perturba ou estigmatiza, mas quando é pensativa”.
Assim sendo, uma imagem diz muitas vezes mais do que mil palavras. Retratar a humanidade onde poucos sabem conviver com a diversidade e aceitar o direito de existir no período em que o país se encontra, não é tarefa das mais fáceis. Pois foi o que fez a fotojornalista do jornal Gazeta do Povo, Áurea Cunha, que atua na área há quase 20 anos.
Em palestra ministrada na aula inaugural do curso de jornalismo, na noite de ontem, 9, para os alunos do 2°, 4°, 6° e 7° períodos, no auditório da Fasul, a profissional falou sobre o seu projeto “Todas as cores do mundo” que trata as diversidades e o multiculturalismo, a profissão de fotojornalista e as dificuldades encontradas na área. Confira a entrevista.
Agência: Como nasceu a paixão pelo fotojornalismo?
Áurea: Aos 16 anos, eu trabalhava em um laboratório na revelação de fotos. Certo dia, o fotógrafo da empresa se acidentou e eu tive que assumir a função dele. Fui até o local, peguei a máquina e os filmes e me encantei. Por isso sempre costumo dizer que a minha paixão pela fotografia foi por acidente (risos). Depois trabalhei na TV Tarobá como cinegrafista, mais tarde fiz um trabalho de restauração de fotos antigas e depois disso não parei mais.
Agência: Como é o seu dia-a-dia na redação do jornal como fotojornalista?
Áurea: É corrido. Eu chego na redação, o editor já diz o que devo produzir, vou para a rua e tento chegar o mais próximo do que foi pedido. Aí está a grande dificuldade, porque nem sempre é certeza que o fotojornalista vai encontrar o que precisa, por vários fatores. O tempo é o principal. Neste momento, o profissional precisa conhecer a sociedade para voltar para a redação com o material. Se ele não a conhece, terá muitas dificuldades.
Fasul: Quais são os principais problemas que você vê nos fotojornalistas de hoje?
Áurea: Uma grande parte deles erra ao não saber contextualizar a imagem com o texto e realidade. Por desconhecimento e falta de informação, produz a foto totalmente diferente do que o texto diz, e isso passa uma interpretação errada. Na ânsia em produzir as melhores fotos, aquelas que darão capa, acabam se esquecendo do principal que é informar. Não que ela não informe, mas informa de maneira equivocada. Conseqüência disso é não conseguirem reconhecer os personagens que seriam ideais para a foto. Não temos mais fotojornalistas como Henri Cartier Bresson. Falta emoção e sensibilidade ao produzir as fotos. Ele fazia o trabalho pensando em informar e não em boas fotos que aumentariam as vendas do jornal e do seu salário. Essa é a grande diferença entre o profissional que gosta do que faz e por isso o faz bem, do que aquele que realiza somente por obrigação, sem prazer algum.
Agência: Que problemas o fotojornalista enfrenta em sua atuação no mercado de trabalho hoje?
Áurea: Muitos. Eu sou um exemplo, tive que vencer a timidez e me aproximar das pessoas para realizar um bom trabalho. Vim de família humilde, morei na selva e tinha muitas barreiras que fui obrigada a quebrar. Eu era muito bicho do mato (risos). Outro grande problema é a capacidade de relacionamento com as pessoas, principalmente, as diferentes de mim. Quando vim para Foz, tive que aprender a conviver diariamente com a diversidade e isso foi bom. Hoje, a diversidade me encanta. O projeto “Todas as cores do mundo” foi fundamental para o meu crescimento profissional e pessoal. Para vencer esses ‘probleminhas’ é preciso ter coragem para enfrentar a desvalorização do fotojornalista e dar a cara à tapa. Jornalismo é isso, você nunca sabe onde você vai estar.
Agência: O que mais te incomoda no atual fotojornalismo?
Áurea: A preguiça de certos jornais e, pior, grandes e conhecidos veículos de comunicação publicarem as mesmas fotos dos demais. Essa padronização é errada, uma vez que um veículo não tem a mesma visão e posição perante o fato. Somos diferentes um do outro, pensamos e vemos as coisas de modo único. Ninguém é igual ao outro. Por que não produzir uma foto diferente? Isso se vê muito na revista Veja e Isto é, todo mundo pensa e tem o mesmo olhar, o cúmulo do absurdo. Como que isso acontece se cada um produz a foto com o que carrega de si, da sua história? Não concordo e não vejo no que essa padronização possa colaborar. Cada profissional é diferente e as empresas jornalísticas têm buscado isso.
Agência: Qual é o segredo para ser um bom fotojornalista?
Áurea: Não existe uma receita pronta. É preciso definir para quem está trabalhando e o que pretende com aquilo. Se você trabalha para a empresa, o bom profissional é aquele que produz boas fotos de impacto que darão capa, sem se preocupar com a informação. Mas, se pensa na sociedade, o bom é aquele que dará impacto sim e se preocupa a cima de tudo com o informar e fazer com que as pessoas reflitam sobre determinado assunto. A fotografia se aprende com o tempo, é preciso ter calma, até para as ‘cagadas’. Sempre digo que o caminho se faz ao caminhar. É preciso se conhecer como pessoa e profissional. Isso influencia, uma vez que carregamos a nossa bagagem pessoal para o trabalho. Gostar da profissão é essencial, sem emoção, nada sai bem. Não acredito na neutralidade, é necessário vivenciar o momento com paixão. O jornalismo é um universo de possibilidades, por isso a escolha deve lhe dar prazer. Se você não gosta, não tem emoção, não se conhece como pessoa e nem como profissional, o trabalho fotojornalístico não sairá bom. O jeito é ir à luta.
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