Palestra aborda o Desenvolvimento Humano nas Empresas

14/05/2008

Doutor apresenta o IDHO como indicador para avaliar as organizações

     Na noite de terça-feira, 13, a Fasul promoveu a palestra IDHO – Novas Dimensões da Cultura Corporativa com o Dr. Alexandre Garret. O evento, que faz parte da Semana Acadêmica dos Cursos de Administração, Turismo e Gestão de Recursos Humanos, Financeira, Logística, Comercial e de Cooperativas, contou com mais de 700 pessoas, entre acadêmicos e comunidade interessada.
     A palestra teve como tema a pesquisa realizada por Alexandre Garret e publicada, este ano, no livro intitulado: “Indicador de Desenvolvimento Humano Organizacional – IDHO – Novas Dimensões da Cultura Corporativa”, lançado pela Editora Cultura. No estudo, Alexandre Garret elaborou o indicador a partir do já conhecido IDH (Indicador de Desenvolvimento Humano), contudo, aplicado a realidade das organizações. Assim, foram determinados quatro pilares dentro do que o doutor chama de “Cidadania Corporativa”, ou seja, a responsabilidade social, a responsabilidade ambiental, a ética e relacionamento com stackholders e o envolvimento dos colaboradores.
     Como explica Garret, o processo para o surgimento do IDHO foi cuidadoso. “Primeiro selecionamos as mil maiores e melhores empresas para se trabalhar. Então, enviamos um questionário a elas a respeito dos programas que existem nas empresas dentro dos quatro pilares. A partir daí elaboramos o indicador.” Dentro dos questionários buscou-se analisar características como: clima organizacional, práticas corporativas, modelo de governança, transparência, sustentabilidade, código de ética, balanço social, programas de inclusão de jovens, afro-descendentes e deficientes, entre outros itens.
     Para o acadêmico Tiago Kissler, a palestra foi extremamente válida. “Os assuntos abordados são muito importantes em todas as áreas da gestão. Conseguimos adquirir um aprendizado bom através da experiência que o palestrante nos passou. Foi um conhecimento não só para nós enquanto estudante, mas para utilizarmos nas empresa que trabalhamos”, observa.
     Alexandre Garret é Doutor em Ciências da Informação pela Universidade de Paris, pós-graduado em Gestão Empresarial e especialista em Marketing. Garret ainda é Jornalista especializado, em Economia, com passagens pelos jornais: Gazeta Mercantil, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde. Atualmente, é editor e publisher da revista Gestão & RH e cursa o 3º ano de Psicologia.

Responsabilidade Ambiental

     Um dos temas bastante abordados por Alexandre Garret foi a responsabilidade ambiental. Para o doutor, as organizações têm o dever de criar, apoiar e executar programas que contribuam com o meio ambiente. “As empresas também são responsáveis pelo mundo que temos, são elas que retiram as riquezas naturais do planeta. É obrigação delas procura devolver de alguma forma”, observa. Contudo, há organizações que jamais conseguiram retribuir na mesma dimensão do que causaram ao planeta. “A Petrobrás, assim como a Vale do Rio Doce, por mais que tenham bons programas sociais, nunca devolveram o mal que causam ao mundo, porém, infelizmente, a sociedade precisa delas.” Questionado sobre a questão do bicombustível o doutor analisa: “não adiante plantar cana-de-açucar no país inteiro e dizer que está tudo bem. Tudo tem que ser muito bem dosado e repensado. É uma sociedade nova que tem que ser construída. Eu, por exemplo, tenho um carro flex, só uso álcool. É muito pior, mas por consciência eu opto em deixar a gasolina de lado. É uma posição minha enquanto consumidor se preocupar com o planeta.”

Cidadão Comprometido

     Alexandre Garret enfatizou na palestra o papel do cidadão como atuante nas mudanças da sociedade, contribuindo para que as empresas busquem soluções que diminuam o impacto que causam a natureza. “Temos o direito de dizer não, de negar produtos de empresas que não invistam na sociedade com ações sociais, ambientais entre outras. Temos que consumir produtos daquelas que são bons exemplos. Se a Coca-Cola vicia, tome um chá da Amazônia”, alfineta. Ele lembra que esse discurso implica uma mudança de atitude do cidadão, o que é algo difícil quando considerado a amplitude das propagandas contrárias a isso. “Estamos concorrendo com o marketing exposto na mídia, com o status da novela. É como o cigarro, a Souza Cruz deve deixar de existir? Não, nós é que temos que fazer escolhas. Eu por exemplo, não daria um prêmio de responsabilidade social a ela, e isso já aconteceu. Que programa que a Souza Cruz pode fazer para diminuir o impacto do produto dela? Não há, o produto faz mal, não deveria existir.”

Semana Acadêmica

     Sendo a maior turma de estudantes na faculdade, praticamente todos os administradores marcaram presença na Semana Acadêmica. Este ano, juntos com os turismólogos, somam, segundo a coordenadora dos cursos de administração, Gisela Adriana Siqueira de Quadros, aproximadamente 780 alunos e desses 700 freqüentaram as atividades. “A expectativa que tínhamos para esta Semana Acadêmica foi superada. Os estudantes participaram com bastante interesse. Isso é muito bom para eles e para nós, pois percebemos que o trabalho valeu a pena.”
     Como a turma de estudantes é grande, as palestras aconteceram no Teatro Municipal.Na entrada foram recolhidos um quilo de alimento não perecível. Segundo a coordenadora, essa ação foi uma parceria com a Prefeitura pela utilização do Teatro Municipal. “Para que pudéssemos ter o Teatro sem acarretar em custo para os alunos, nos comprometemos a arrecadar os alimentos que serão repassados a prefeitura que é responsável por distribuir para as entidades sociais”.