Maio Amarelo: lembranças de Suellen Barth
Apesar das recordações terem se apagado da memória, ela sofreu um grave acidente de trânsito em 2013
O que Suellen Barth sabe sobre o dia 9 de março de 2013 é apenas o que contaram. "Parece que aquele sábado foi apagado da minha memória", comenta. As marcas pelo corpo, porém, deixam claro que algo sério aconteceu nesta data. Suellen foi vítima de um acidente de trânsito em Toledo e até hoje não sabe quem foi o motorista que a atingiu - ele fugiu sem prestar socorro.
Pelos relatos de conhecidos, Suellen sabe que, naquele sábado, saiu do trabalho e havia combinado com uma amiga de sair à noite. Saiu de casa rumo à residência da amiga por volta das 21h. Era um trajeto curto, de aproximadamente cinco minutos, que ela fazia de moto. Bem próxima do destino, segundo testemunhas, um carro em alta velocidade invadiu a pista em que ela estava, a lateral do veículo atingiu a moto, o pé da motociclista ficou preso no motor. Suellen só se lembra de acordar 5 dias depois do acidente, após ter ficado em coma induzido.
Com o traumatismo craniano, o cérebro inchou até o limite. "Os médicos chegaram a falar para os meus pais que se inchasse mais, eu não iria mais acordar", relata. Não houve mais inchaço e a única sequela deixada pelo traumatismo foi um leve esquecimento em algumas situações. "Às vezes, em uma conversa, uma palavra me foge, mas logo eu me lembro", conta. Foram sete cirurgias em menos de um ano. Uma placa e cinco parafusos compõem seu corpo, foram colocados no quadril, após um osso ter esfarelado no acidente. O querido salto alto saiu dos looks depois que não foi possível recuperar a mobilidade da base do dedão. As dores ainda a acompanham, principalmente quando as temperaturas baixam. Ela reaprendeu a andar e teve que fazer do acidente um recomeço.
Suellen já era formada em Química na época, mas viu seu mundo virar naquele ano. A recuperação fez com que fosse necessário parar tudo. Um período de dor e sofrimento, mas também um tempo para repensar. O ponto positivo que ela consegue destacar disso tudo foi ter tido um tempo para refletir e decidir que gostaria de mudar seu rumo profissional: hoje, ela está no 9º período de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário FAG.
5 anos se passaram desde então. Apesar de as lembranças não serem claras, o trauma ficou. "É um trauma inconsciente. Hoje, dirijo, mas tenho a sensação que alguém vai bater o veículo em mim. No início era pior. Moto nunca mais peguei, meus pais não permitiram", esclarece.
Suellen, que sempre foi cautelosa no trânsito, compreendeu, de uma forma triste, que "nós somos o trânsito". "Todo mundo precisa cuidar do outro, ser cauteloso no trânsito. O carro te leva para todos os luares, mas se não for bem usado pode ser uma arma. As pessoas precisam ser conscientes. E, se por ventura, acontecer algo, o mínimo que você precisa fazer é dar assistência à vítima e não simplesmente sumir, como se nada tivesse acontecido", finaliza.
2025 Cascavel
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