Letras Libras da FAG Toledo realizou o 1º Encontro da Consciência Negra
Racismo, violência, preconceito, enfrentamento, cotas e religião foram alguns dos temas abordados no evento
O curso de Língua Portuguesa e Libras da FAG Toledo realizou na noite desta terça-feira (20) o 1º Encontro da Consciência Negra, com o tema "A luta contra o racismo é todo dia". O evento reuniu alunos e professores do curso que acompanharam uma mesa redonda com os convidados, profissionais da educação e um imigrante africano que reside em Toledo. Mamadou Ndoye, que veio do Senegal fez uma reflexão sobre a cultura do racismo que ele observou no Brasil. "Em Toledo existe menos racismo do que no Brasil em geral, mas ele existe. O preconceito é contra o negro e principalmente contra o africano, pois eles acham que nós estamos aqui apenas para fugir da guerra e da fome. Não observam o intercambio cultural possível. A África está longe de ser a tragédia que os brasileiros pensam. Dos 28 países do continente apenas dois estão em guerra", relata.
O professor Norberto dos Santos leciona História na rede pública e lamenta a maneira como os currículos resgatam a escravidão no Brasil. "Ela aparece nos navios negreiros e na exploração da cana, mas historicamente ela está em muitos outros pontos, que precisam ser trabalhados", alerta. O professor João Lopes trabalha com as disciplinas de Filosofia e História na rede pública. Para ele o debate sobre o racismo precisa ser diário. "Não é por causa de cotas, de ações afirmativas ou do Dia da Consciência que existe o preconceito. Ele está aqui todos os dias e precisamos debater e sair da zona de conforto. Estamos vivendo um momento diferente no Brasil, aquém da Democracia Racial de Gilberto Freire. Este é o momento onde se percebe a realidade brasileira nua e crua", analisa, sobre o atual contexto político e social do país.
As palavras do docente são complementadas pelas da pedagoga Francy Nyamien que trabalha com as relações étnico-raciais na educação. "O tema escolhido pela FAG é muito pertinente, pois fala da luta diária. Precisamos pensar numa sociedade mais justa e democrática, mas sempre lembrando a necessidade de políticas de acesso e de enfrentamento de violência e de preconceito. Um longo caminho de luta e resistência pela frente", alerta. A mesa contou ainda com a participação do pedagogo Cleiton Linhares que relatou sobre sua dissertação de mestrado que teve como tema as religiões de matriz africanas. O trabalho de pesquisa realizado na cidade de Cascavel trouxe luz sobre como a escola atua em relação aos alunos praticantes do Candomblé e da Umbanda. A mediação da mesa foi realizada pelo professor Leandro Crestani.
2025 Toledo
2025 Cascavel
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