Pesquisadora do Centro FAG descobre nova relação entre o HPV e o Câncer
A pesquisa da professora do curso de Farmácia, Leyde de Peder, foi publicada na revista internacional Asian Pacific Journal of Cancer Prevention?
A partir de uma pesquisa científica feita pela professora Dra. Leyde Daiane de Peder, do curso de Farmácia do Centro Universitário FAG, descobriu-se que o HPV também está relacionado com o desenvolvimento de câncer anogenital não-cervical. A relação da infecção sexualmente transmissível com o câncer cervical ou colo do útero já é de conhecimento da ciência, que agora se expande para um novo patamar graças a pesquisa da professora.
O título da pesquisa é "Prevalência e preditores associados ao Papilomavirus humano em pacientes atendidos no Centro Especializado em Doenças Infecto-Parasitárias - Cascavel-PR (Cedip) ", e foi tese de seu doutorado, apresentado para banca avaliadora em outubro deste ano (2018), pelo Programa de Biociências e Fisiopatologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e orientada pelo professor, Jorge Juarez Vieira Teixeira.
A pesquisa identificou as características sociais predominantes entre os portadores dos genótipos de HPV em questão. Segundo Leyde, essas características vão contribuir para desenvolver melhores políticas de prevenção da infecção, uma vez que, é possível identificar grupos sociais mais propensos a contraí-la. Também vai ajudar a implementar a vacina contra o HPV. "Hoje as vacinas que estão disponíveis no mercado previnem a infecção por alguns genótipos, porém não em relação a outros", salienta Leyde.
A pesquisa foi realizada em duas etapas. A professora explica que a primeira consistiu em um estudo epidemiológico, em que dados foram coletados dos prontuários de quase 3500 pacientes portadores de Condiloma - verrugas genitais decorrentes de genótipos específicos de HPV -, cujos atendimentos foram realizados entre abril de 2012 e março de 2017 no Cedip. De posse desses dados, foi identificado que a infecção por esses genótipos se faz mais presente em indivíduos de até 30 anos de idade, heterossexuais, que não usam preservativo de modo regular, e homens casados. "Estudos epidemiológicos são muito importantes para definir características e fatores de risco em populações que apresentam a doença", complementa.
A segunda etapa da pesquisa consistiu em uma revisão sistemática e metanálise (análise baseada em dados estatísticos confiáveis), e contou com a participação de 10 professores, da FAG, Unioeste e UEM. Eles fizeram uma busca em artigos sobre pesquisas realizadas no Brasil, em relação ao papel do HPV no desenvolvimento do câncer não-cervical, e sim de áreas anexas da região anogenital (vulva, vagina, pênis, colo retal e próstata). "Hoje existe um conhecimento muito grande sobre o papel do HPV no desenvolvimento do câncer de colo de útero, porém em relação ao desenvolvimento de outros tipos de câncer o papel ainda não é totalmente compreendido", aponta Leyde.
A pesquisa, publicada na revista internacional "Asian Pacific Journal of Cancer Prevention" comprovou que os genótipos 6 e 11 do HPV, que são tidos como de baixo risco (que normalmente não levam ao desenvolvimento de câncer) têm importante relação com o desenvolvimento de tipos de câncer anogenitais não-cervicais. Para a pesquisadora, o trabalho tem grande valor para a área científica, além de demonstrar a importância da epidemiologia para a saúde pública, pois facilita o trabalho de prevenção da infecção.
Wanderson Santana Schumacher, acadêmico do 4º período do curso de Jornalismo.
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