Egressa de Nutrição do Centro FAG cria aplicativo para auxiliar na prescrição de fitoterápicos
Intenção é contribuir para que medicamentos de origem natural e plantas medicinais sejam mais recomendados pelos profissionais da saúde
É incomum chegar a um consultório e o médico prescrever um medicamento feito com substâncias de origem natural. Tratamento a partir de plantas medicinais, então, é ainda menos provável. Um dos motivos pode ser a carência de informações a respeito do grande universo de produtos e terapias de origem natural. A criação de um aplicativo pretende ajudar os profissionais de saúde a prescreverem - com segurança - esse tipo de tratamento.
A pesquisa foi realizada pela nutricionista Samidayane Moreira Guerra, formada em Nutrição pelo Centro Universitário FAG. O estudo foi feito no Mestrado em Ciências Farmacêuticas da UFS. Ela já trabalhava com fitoterápicos antes de entrar na pós-graduação. "Trabalhei aqui em Aracaju em uma farmácia de manipulação como consultora de fitoterápicos para profissionais de saúde ? visitava médicos, nutricionistas e fazia orientação de fitoterápicos - e fui observando a necessidade que eles tinham desse conhecimento", relata.
Samidayane avaliou que um aplicativo para smartphones e tablets serviria como uma espécie de 'consultoria digital' para os profissionais de saúde. Ao procurar os softwares disponíveis no mercado, percebeu que os poucos existentes não cumpririam a função adequadamente.
"Não encontrei nenhum que fosse tão científico, tão completo, que fosse realmente para o profissional de saúde", pontua. Para a pesquisadora, é indispensável que as recomendações feitas pelo aplicativo sejam baseadas em estudos científicos, para dar mais segurança aos profissionais - médicos, farmacêuticos, nutricionistas, para quem o software é voltado - e, consequentemente, aos seus pacientes.
Mais de 300 produtos e terapias
O sistema, batizado de FitoSmart, está em uma versão beta, ou seja, em fase experimental. Ele funciona assim: o profissional busca pela enfermidade do paciente; o aplicativo então exibe uma lista de fórmulas (medicamentos) e fitoterápicos (tratamentos com plantas medicinais) sugeridos para aquela doença, com as respectivas composições, reações, modos de usar (posologia) etc. O aplicativo permite também conexão com uma impressora via bluetooth, facilitando a prescrição.
Para compor o banco de dados do aplicativo, Samidayane utilizou a base de fitoterápicos do Ministério da Saúde, o Renisus (Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde). Ela fez também um levantamento em artigos científicos atualizados, no Vademecum em Nutrição Magistral e outras publicações relevantes. Ao final, constituiu um acervo de 248 formulações e mais de 80 plantas medicinais, atendendo a um total de 65 diferentes doenças.
A cientista defende a importância de garantir a segurança dos produtos e tratamentos. "É fundamental, para a promoção da saúde e para a segurança de um medicamento, independente de sua origem, que haja políticas públicas com estudos toxicológicos, farmacocinéticos pré-clínicos e clínicos para evitar reações adversas aos medicamentos", diz ela em seu trabalho. "É necessário que eles tenham qualidade, eficácia e segurança", sustenta.
A própria adoção dos fitoterápicos pelo SUS mostra a relevância desse tipo de tratamento e contribui com o conhecimento sobre eles. É o que diz a orientadora de Samidayane, a professora Mairim Russo Serafini, do Departamento de Farmácia. "O uso de fitoterápicos no Brasil tem crescido nos últimos anos com o auxílio das políticas públicas que culminaram também na sua incorporação ao receituário do Sistema Único de Saúde (SUS). Consequentemente, as pesquisas com produtos fitoterápicos têm aumentado, o que facilita a disseminação desse conhecimento para a sociedade, a qual passa a sentir mais segurança no uso desses produtos", destaca a docente.
Parceria
Para o desenvolvimento do aplicativo, que já está disponível gratuitamente para os smartphones com sistema Android, Samidayane teve a contribuição de Vinícius dos Santos Cruz, então estudante de Matemática Aplicada e Computacional na UFS.
O objetivo agora, segundo a pesquisadora, é reunir parcerias a fim de aperfeiçoar o aplicativo e disponibilizá-lo também para os smartphones com sistema iOS.
O trabalho pode ser conferido no link.
Reportagem: Marcilio Costa, Universidade Federal de Sergipe.
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