Jean é o primeiro haitiano graduado pelo Centro FAG
Aos 37 anos ele se formou em Letras e agora quer a cidadania brasileira para poder ser professor na rede pública
Jean Renald Charlotin chegou ao Brasil em 2013. Seu pai e irmãos escolheram viver na França, já ele preferiu terras brasileiras. "No Haiti, na nossa educação básica, estudamos a história do Brasil, de como o país se tornou independente de Portugal. Além disso, o futebol brasileiro é uma das nossas grandes paixões. Muitos haitianos sonham em conhecer o Brasil".
Já no Brasil, o jovem que falava inglês e francês, teve algumas dificuldades como a tradução dos documentos de imigração para conseguir trabalho e poder dar sequência aos estudos. Preferiu então cursar novamente o ensino médio pelo Ceebeja (Centro Estadual de Educação Básica de Jovens Adultos), experiência que oportunizou o conhecimento sobre a educação pública brasileira. Em quatro meses no Brasil, Jean já se comunicava em português.
Escolheu o Centro FAG para estudar Letras. "No ensino médio brasileiro eu me apaixonei pela literatura brasileira. Gosto de ler, escrever, de opinar e tudo isso eu encontro no curso de Letras." Jean conta que agora tenta tirar a cidadania para, enfim, poder atingir o seu objetivo de trabalhar como professor no estado. "Quero ser professor de Português e Inglês, e aplicar uma metodologia com meus alunos para que eles sejam capazes de se expressar na língua inglesa. Também sonho em ter uma escola de idiomas".
No Brasil o haitiano tem um projeto voluntário de aulas de francês para crianças, que são atendidas pela Cáritas Arquidiocesana de Cascavel. Também leciona a sua língua nativa em uma escola de idiomas da cidade, além de trabalhar em uma cooperativa agroindustrial.
Saudades da sua terra natal ele tem, mas confessa que não deixa mais o Brasil. "Penso em voltar para o Haiti para visitar. O Brasil é a minha segunda terra e eu amo viver aqui".
A imigração haitiana
O Haiti é considerado o país mais pobre das américas e que é abalado por crises econômicas, políticas e sociais. O cenário foi agravado por um terremoto que devastou o país em 2010 e pelas consequências do furacão Matthew em 2016, e mais recente os protestos na capital Porto Príncipe, em 2019.
O Brasil lidera desde 2004 a Missão da ONU para estabilização do haiti, a convivência com os militares de boinas azuis levou ao estreitamento das relações entre brasileiros e haitianos. Muitos escolhem o Brasil para oportunidades de trabalho, alavancadas em 2014 pela preparação estrutural para sediar a Copa do Mundo.
2025 Cascavel
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