FAG Pesquisa: estudo revela opinião de futuras publicitárias sobre representação feminina na mídia
Foram avaliados dois filmes publicitários: um da marca americana Gillete e outro da brasileira Quem Disse Berenice
A mídia é uma das ferramentas mais importantes quando se trata de empoderamento feminino. Percebendo o peso que a profissão escolhida tem para mudança de paradigmas, Natália Zuniga, que concluiu o curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário em 2019, decidiu entender de que forma as futuras profissionais da área percebem a representação da mulher na mídia. Tendo como orientador o professor, Alex Araújo Carmo, e na bibliografia autoras como Simone Beauvoir, ela realizou um estudo aprofundado, que recebeu elogios e a nota máxima da banca.
De acordo com Natália, o trabalho convidou à reflexão acerca dos discursos publicitários de marcas que se autorrotulam como "empoderadoras do público feminino". Com uma análise mais detalhada, segundo a autora, foi possível notar que o rótulo não se confirma na essência da mensagem. "Quando entrei na faculdade comecei a perceber de maneira mais intensa um desconforto com a forma que as mulheres eram objetificadas em certos comerciais televisivos. Porém, ao longo da graduação, o discurso de algumas marcas começou a mudar devido ao aumento dos movimentos sociais e, com isso, o discurso do empoderamento feminino ganhou força - principalmente entre marcas destinadas ao público feminino. Foi aí que surgiu o meu interesse nessa temática. Quis entender se as alunas de Publicidade concordam com o novo discurso das marcas que se consideram empoderadoras, ou se elas questionam esses discursos e percebem as brechas presentes neles", declara.
Foram avaliados dois filmes publicitários: um da marca americana Gillete e outro da brasileira Quem Disse Berenice. 16 alunas de Publicidade e Propaganda voluntariamente aceitaram participar dos grupos focais. Após a explicação da metodologia, elas assistiram às peças publicitárias, com intervalo de 10 minutos entre cada para que pudessem realizar as discussões, sem interferência da pesquisadora. "A partir do estudo, foi possível entender que, ao exibir imagens de corpos femininos sensualizados e apresentar em seus comerciais apenas mulheres que se encaixam no estereótipo socialmente aceito, os anúncios acabavam por auxiliar na manutenção da ideologia machista dominante. Porém, concluímos que as alunas que participaram do estudo demonstraram diversos incômodos em relação a esses discursos e, portanto, nos dão esperança de uma evolução rumo a discursos e sociedades cada vez mais empoderadoras e igualitárias", destaca.
A autora considera de extrema urgência o questionamento sobre os discursos e as ideologias propagadas nos materiais publicitários. "É fundamental que as futuras publicitárias compreendam a grande influência que o discurso publicitário tem em toda a sociedade. Para o mercado regional essa pesquisa evidencia que a nova geração de publicitárias não permitirá que os discursos machistas que vêm sendo reproduzidos há anos permaneçam reverberando na sociedade. Isso faz com que as empresas necessitem cada vez mais inserir diversidade e respeito em seus discursos e, é claro, influenciará na construção de uma sociedade mais justa, respeitosa e empoderada", acrescenta.
A quase publicitária ainda afirma que o trabalho que encerrou sua trajetória acadêmica teve grande significado. "Apesar de se tratar de uma temática muito delicada, o trabalho me fez compreender que, como publicitária, tenho uma responsabilidade gigantesca em minhas mãos. Entendi que a propagação de um corpo feminino irreal, estereotipado e sexualizado, por exemplo, afeta a autoestima de gerações de mulheres que se tornam frustradas com seus próprios corpos procurando seguir um padrão ideal de beleza que nunca será alcançado. Esse trabalho me ajudou a compreender o tipo de discurso que eu não quero auxiliar a propagar para o mundo", finaliza Natália.
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