Medicina usará em aulas práticas bonecos que simulam reações humanas

Investimento no Laboratório de Habilidades Médicas será superior ao exigido pelo MEC. Alunos diagnosticarão no manequim quadros clínicos programados pelo computador.

29/09/2011

A Faculdade Assis Gurgacz acaba de realizar mais um alto investimento para o curso de Medicina. Através de bonecos que simulam com fidelidade as condições humanas, os acadêmicos poderão aprender diversos procedimentos da prática médica. Os manequins tossem, sangram, choram, e apresentam, por exemplo, mais de 20 tipos de falhas de batimentos cardíacos, situações estas que provavelmente o acadêmico levaria certo tempo de prática de profissão para se deparar. Desta forma, evita-se que estudantes e pacientes passem pelo constrangimento de uma iniciação.

Os bonecos já estão na FAG e aguardam as obras do Laboratório de Habilidades Médicas, para onde serão destinados. O laboratório será alojado no térreo do Bloco 1 e o projeto arquitetônico do ambiente, realizado pelo arquiteto Alberto Garcia, já está pronto. Segundo o coordenador adjunto do curso, professor José Ricardo Torres, as instalações previstas são bastante superiores às exigidas pelo MEC. “Um número muito restrito de instituições do Brasil possuem esses bonecos. O investimento maior é para oferecer qualidade de ensino prático superior e de alta tecnologia”, explica o professor, destacando o objetivo de que o aluno simule os procedimentos e diagnósticos de forma ética, sem expor o paciente.

Quase todos os procedimentos podem ser imitados com os bonecos. Os sistemas computadorizados que também irão compor o laboratório, simulam de forma virtual várias situações cotidianas da medicina. Serão duas salas, sendo uma delas especificamente direcionada para o boneco SimMan®, que é o mais completo e avançado tecnologicamente. As outras se destinam a bonecos específicos para escuta cardíaca, tratamentos ginecológicos, entubação, e para o SimBaby, uma versão infantil do boneco. O laboratório será equipado ainda com um espaço para que os alunos assistam as práticas dos colegas e interajam nas atividades.

O robô foi desenvolvido por uma instituição norueguesa, chamada Laerdal Medical, e a semelhança dos manequins com o ser humano é física e de reações, representando a chance que os futuros médicos têm de errar e aprender. O professor programará no computador um quadro clínico, como por exemplo, uma parada respiratória, e os alunos irão identificar através dos sinais o que realmente estará acontecendo com o paciente. Nessas circunstâncias, até mesmo um parto e doenças de alta complexidade poderão ser programadas.

No entanto, o Laboratório de Habilidades Médicas não beneficiará apenas o curso de Medicina. Os demais cursos da área de saúde, como Enfermagem e Fisioterapia, também deverão usufruir da estrutura, que deve ficar pronta em alguns meses.