Haitianos vão participar de aulas de Língua Portuguesa

Curso é resultado de uma parceria entre a FAG e a Secretaria Municipal de Educação

23/02/2012

Em uma parceria entre a Faculdade Assis Gurgacz e a Secretaria Municipal de Educação, os haitianos, contratados para trabalhar nas obras da FAG e do Hospital São Lucas, vão participar de um curso de Língua Portuguesa. As atividades foram abertas na noite da última quinta-feira, com diretores da FAG, do Centro Educacional Paulo Freire e os professores que ficarão responsáveis por comandar as aulas apresentando a proposta aos interessados.

Os haitianos passarão por todo o trabalho de alfabetização na Língua Portuguesa. Como alguns já são graduados e outros sequer sabem ler e escrever no creole, língua nativa do Haiti, eles serão separados em duas turmas, conforme avaliação que ainda será realizada quanto ao nível instrução. As aulas, que começam no dia 02 de abril, acontecerão de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h, nas salas 13 e 14 do Ginásio da Faculdade.

Kátia Tolotti e Neonildo Martins, professores do Centro Educacional Paulo Freire, serão os responsáveis pelas atividades. Em um primeiro momento, para facilitar o contato com os alunos, eles vão contar com a ajuda dos haitianos Matin Wikendy e Saint Vil Jean que já têm alguma habilidade com o português. “Sem dúvidas, trata-se, também, de um desafio profissional para nós, mas esperamos que, em breve, estejamos conseguindo nos comunicar tranquilamente, até para que não deixemos as aulas ficarem cansativas”, conta Neonildo.

De acordo com a diretora do Centro, Cláudia Pagnoncelli, experiências recentes já serviram de base para os trabalhos com os haitianos. Atividades com deficientes mentais, idosos e cegos, além de aulas com um angolano e um coreano são alguns dos exemplos desta diversidade com os quais a equipe já lidou. “Existe a necessidade de fazermos toda uma iniciação, trabalharmos diferentes conteúdos para que seja possível a totalidade da compreensão”, avalia Cláudia. Segundo ela, o tempo de curso depende do desenvolvimento individual, que será avaliado conforme a conclusão de cada nível.

Dentre os alunos, Exan Cefacile ainda tem dificuldades para se comunicar através do Português, mas, além do curso, já está buscando alternativas. “Já consigo entender mais ou menos a língua. Estou aprendendo na Igreja”, conta ele, que revela, ainda, ter o sonho de ser engenheiro.

Chegados a Cascavel ainda no fim de janeiro, os haitianos já estão tendo uma vida social como a de qualquer cidadão cascavelense. O que ainda dificulta essa inserção deles na comunidade é mesmo a língua. Desta forma, segundo o Diretor Geral da FAG, Sérgio de Angelis, existe a necessidade de uma sequência nesse processo de acolhida deles por aqui. “Eles ainda estão se familiarizando com uma realidade diferente, mas aprender o português é fundamental para que criem uma independência, uma autonomia, já que não existe qualquer tipo de tutela em relação a eles”, lembra Sérgio.