Tese aponta problemas na saúde de escolares

Tese de doutorado do professor Evandro Roman detecta problemas na composição corporal e no desempenho motor de crianças de Cascavel. As causas são o sedentarismo e os maus hábitos alimentares.

27/02/2004

Um estudo para o programa de doutorado da Faculdade de Educação Física da Unicamp resultou na detecção de problemas na composição corporal e no desempenho motor de crianças de Cascavel. A principal conclusão da pesquisa - que envolveu escolares de sete a 10 anos, de diferentes níveis sócio-econômicos - é que estes menores estão obesos e têm grandes chances de serem adultos com doenças crônicas degenerativas. As causas são o sedentarismo e os maus hábitos alimentares.

A pesquisa, desenvolvida pelo coordenador do curso de Educação Física da Faculdade Assis Gurgacz (FAG), professor Evandro Rogério Roman, observou 1.267 crianças de 56 escolas públicas de Cascavel. Os estudos têm como padrão de referência o Physical Best, instituto mundial de avaliação de desempenho motor.

Através de diferentes testes foi confirmado, por exemplo, que as crianças avaliadas têm baixa resistência abdominal e em corridas e caminhadas. Além disso, ficou constatado o aumento de tecido adiposo na região abdominal. "Elas não conseguem cumprir os critérios mínimos estabelecidos na avaliação", afirma Roman, alertando para a necessidade de interferência urgente. "Se não forem tomadas medidas severas de prevenção, teremos uma população doente", reforça.

Os hábitos alimentares corretos são a principal forma de prevenção. "A Ciência e tecnologia avançam, mudam os hábitos das pessoas e agem na qualidade de vida, que não é somente ausência de doença, mas também o bem estar físico e mental", comenta Evandro Roman.

A prática de esportes é igualmente aspecto importante. "A idade escolar é a melhor para a criação deste hábito", segundo analisa o professor. Entretanto, a mesma tese de doutorado aponta que não há professores de Educação Física - com graduação em Educação Física - na grande maioria das escolas. "Se não investirmos agora no desenvolvimento de ações que controlem esta situação, em 10 anos teremos uma população com idade entre 17 e 20 anos, doente", alerta o pesquisador.