Curso de Letras-Libras realizou viagem de estudos ao Rio de Janeiro

24/07/2015

O curso de Letras-Libras realizou viagem de estudos ao Rio de Janeiro (RJ) entre os dias 02 e 05 de julho. A viagem objetivou a realização de visita ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e à Festa Literária de Paraty (Flip).

Os acadêmicos foram acompanhados pela intérprete do curso, Maria Helena Nunes, e pela coordenadora e professora de Letras, Janice Salvador. O grupo iniciou a viagem no dia 02 de julho, saindo da Fasul, às 8h, com direção ao Rio de Janeiro. A chegada deu-se às 7h do dia 03 de julho. Às 10 horas do mesmo dia, o grupo foi recebido no INES, pela professora Teresinha, que conduziu a visita às instalações da escola e apresentou vídeo institucional.

O INES é uma instituição federal, da qual emanam materiais e subsídios às políticas nacionais relacionadas aos surdos, oferecendo todos os níveis de ensino, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, com a oferta da Pedagogia Bilíngue.

O Instituto foi criado em 1857 e configura-se como a primeira escola de surdos do Brasil. Segundo Janice, a viagem agregou experiência na formação dos estudantes. “Foi uma visita interessante, porque demonstrou aos acadêmicos, desafios enfrentados pela comunidade surda em todos o país e, por consequência, dificuldades enfrentadas pelas instituições de ensino”, explicou.

Na tarde de sexta-feira e no dia 04 de julho, o grupo conheceu alguns pontos turísticos do Rio de Janeiro como as praias de Copacabana e Ipanema, o Forte, O Pão de Açúcar, o Cristo Redentor e a Lapa. Com o roteiro, além de conhecer a geografia, os alunos tiveram contato com um pouco da cultura e da língua local. “Foi possível apreciar as escolas militares, o Instituto Benjamin Constant, que é uma escola para pessoas cegas, apreciar a arquitetura barroca e neoclássica dos prédios antigos da cidade, as ruas pitorescas, com seus pequenos restaurantes e bistrôs”, acrescentou Janice.

No dia 05 de julho, o grupo dirigiu-se à cidade de Paraty para realizar a visita à FLIP. “Essa visita constituiu uma verdadeira aula de história, Paraty é uma cidade histórica, que mantém a arquitetura original, as ruas e muros construídos por escravos, os barcos coloridos, restaurantes pitorescos, igrejas que contam a história do Brasil pela divisão entre brancos, negros e indígenas, mulheres e homens, ricos e pobres. A paisagem da cidade foi um dos momentos privilegiados da visita. De acordo com informações obtidas no site oficial de Paraty, há divergências sobre a data de fundação da cidade, que varia entre os anos de 1540 até 1606”, afirmou. Paraty foi a primeira cidade brasileira a ter sua autonomia política decidida por escolha popular. A decadência econômica coincidiu com a decadência da extração e exportação do ouro, em meados do século XVIII.

Com a ciclo do café e da cana-de-açúcar a cidade, nos séculos XIX e XVIII, respectivamente, com a abertura de um novo caminho ferroviário entre Rio e São Paulo, e com a abolição da escravatura em 1888, Paraty permanece isolada do país por décadas. O isolamento involuntário foi, paradoxalmente, o que preservou não só a estrutura arquitetônica urbana da cidade como também seus usos e costumes. Além desses aspectos, a cidade sedia a FLIP, que, em 2015, homenageou o escritor Mário de Andrade.

A FLIP é um festival literário que ocorre anualmente na cidade de Paraty, normalmente na primeira quinzena de julho, dura apenas cinco dias (de quarta-feira a domingo)e conta com uma programação de quase 200 eventos, distribuídos em: Programação Principal, FLIP - Casa da Cultura, FlipZona e Flipinha, além da OFF-FLIP, um circuito paralelo de eventos literários que ocorre no mesmo período.

A primeira Festa Internacional de Paraty ocorreu em 2003, colocando Paraty no roteiro mundial de eventos literários. Desde seu primeiro ano, a FLIP passou por algumas modificações como a mudança de nome, passando de Festival Literário Internacional de Parati para Festa Literária Internacional de Parati. A palavra Parati escreve-se com i, pois significa para ti, para você.

A programação da FLIP começa numa quarta-feira com uma conferência de abertura e um show. O evento principal conta com aproximadamente vinte “Mesas” onde os autores debatem e lêem trechos dos seus livros. As Mesas podem ser vistas na Tenda dos Autores, um auditório de 850 lugares, ou ao vivo em telão com tradução simultânea. A FlipZona e a Flipinha são uma série de eventos culturais, incluindo oficinas, peças de teatros e conversas com autores, para adolescentes e crianças, respectivamente. Pré-estreias e exibições de filmes, leituras de peças teatrais, exposições e debates ocorrem na Casa da Cultura de Paraty como programação oficial da FLIP.

Paralelamente à FLIP, ocorre as programações não oficiais, especialmente aquelas organizadas pela OFF-FLIP e por editoras que alugam algumas casas dentro do centro histórico para realização de eventos voltados à literatura.

“A Festa Literária de Paraty produz um ambiente cultural muito inspirador. A cidade é invadida pela leitura, pela literatura, pela música, pela arte de modo geral, que estão nas praças, nas árvores, nas livrarias, nos cafés, enfim, em toda Paraty. A viagem foi um momento singular na trajetória de todo”, finalizou Janice.