Acadêmica de Direito aborda tema de grande repercussão em seu Trabalho de Conclu
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, existem cerca de 30 mil pessoas habilitadas a adotar no Brasil, enquanto mais ou menos 10 mil crianças e adolescentes aguardam por uma família. Estes dados intrigaram a aluna do Curso de Direito da Fasul, Crislaine Serra Aragão, que decidiu fazer o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com tema “Recriação da Família Biológica por Meio da Adoção”.
Segundo a acadêmica, a fila para adoção no Brasil se dá muitas vezes por conta do perfil restrito feito pelos pretendentes que geralmente preferem um recém nascido do sexo feminino e sem doenças. “Isso retarda a adoção porque não existem tantas crianças com o mesmo perfil. A maioria dos pretendentes opta por características que possam recriar a família por espelho genético, mas eles têm que entender que não necessariamente a busca pelo perfil físico vai lhes garantir um filho perfeito”, afirma.
O processo é feito através de um cruzamento de dados, por isso é muito importante que o perfil seja o menos restrito possível. “Muitas vezes, por um simples detalhe, a fila não anda. Se no processo consta que o perfil desejado é o de uma criança com um ano e seis meses, se ela tiver um ano e sete meses já não há o cruzamento de dados”, destaca.
Na comarca de Toledo isso não acontece com tanta frequência graças à ajuda do Grupo de Apoio a Adoção de Toledo (GAAT). Lá os pretendentes fazem um acompanhamento com assistentes sociais, psicólogas e voluntárias. Para Crislaine o trabalho feito pelo grupo é de grande importância para a ampliação dos perfis. “Já tivemos processos onde o adotante quisesse um recém nascido e acabou saindo com dois irmãos acima de dois anos. Isso é um trabalho por trás do papel, uma conversa, uma quebra de paradigmas”, afirma. Para ela, deve haver mais investimento governamental nos Grupos de Apoio. “Se houvesse esse investimento eu acredito que isso mudaria completamente a fila de adoção do nosso país”, acrescenta.
Para a pesquisa, foram catalogados 119 processos de habilitação e cerca de 340 de adoção entre Janeiro de 2010 e dezembro de 2015. Crislaine teve acesso ao material através de uma autorização do Juiz da Vara da Infância e Juventude, Dr. Rodrigo Rodrigues Dias que também foi o orientador da pesquisa.
O projeto que começou em um grupo de estudos da Faculdade, hoje pode mudar a forma como se vê as filas de adoção no nosso país. “Eu queria que meu trabalho fosse mostrado para a sociedade, porque quando você mostra para as pessoas que o ato de amor na adoção não é diferente de um filho biológico. Não é por uma característica ou outra que uma criança ou um adolescente não tenha direito de ter uma família”, finaliza.
2025 Cascavel
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