Mostra de alimentos e exposição marcam primeiro dia da Jornada de Nutrição

O curso de Nutrição do Centro Universitário FAG deu início, nesta segunda-feira (21), à 10ª Jornada de Nutrição, que vai até quarta-feira (23).  Durante o dia aconteceram palestras abordando os temas: Programa de Desenvolvimento em Serviços de Alimentação e Exames Laboratoriais. E à noite o destaque ficou por conta da Mostra de Alimentos Funcionais e da Exposição de Banners.

EXPOSIÇÃO DE BANNERS

A Exposição de banners aconteceu no hall no bloco 04 e contemplou o resultado dos trabalhos desenvolvidos nos estágios, sobre a conscientização para as mudanças de hábitos alimentares.

Segundo a coordenadora do curso, Nanci Rouse Teruel Berto, cada período foi responsável por desenvolver um trabalho específico, "o primeiro ficou encarregado de avaliar alimentos mais fáceis de encontrar, como fibras solúveis e insolúveis, justamente pelo fato de estarem no início dos estudos", explicou. "Já no terceiro e quinto se aprofundaram um pouco mais na questão dos compostos bioativos", completa. 

Os alunos do sétimo foram divididos em grupos de seis pessoas e realizaram pesquisas voltadas a alimentação de crianças de escolas públicas e particulares e também pacientes de clínicas e hospitais de Cascavel. Tomou-se como base de estudo, o Índice de Massa Corporal (IMC), peso e altura.

Entre os trabalhos apresentados, dois versavam sobre hipertensão, mas com objetivos distintos. Um deles foi o do grupo de Raissa Felippe, acadêmica do 7º período, que fez estágio no Hospital São Lucas. A pesquisa avaliou a quantidade de açúcar, sal e gorduras nos alimentos mais consumidos pelos pacientes e o reflexo disso em seu índice de massa corporal e pressão arterial.  Para a acadêmica, a prática trouxe a oportunidade de conhecer a realidade das pessoas hipertensas. "Foi interessante realizar a pesquisa. Muitas vezes as pessoas não têm ideia das quantidades de açúcar e outros componentes danosos à saúde que estão em alimentos simples. Pudemos verificar na prática os malefícios dos alimentos gordurosos, além do excesso de açúcar e sal. Ainda, identificamos casos em que a hipertensão foi causada por fungos, pelo consumo de álcool e cigarro", comenta. Já Jéssica Zampiere fez sua pesquisa com base na Herperdia, que é um programa para hipertensos e diabéticos desenvolvido pelo governo, têm como função auxiliar os pacientes em seu tratamento, com reuniões que falam sobre o uso do medicamento e os benefícios de uma boa alimentação. A acadêmica realizou dinâmicas de grupo para que pudessem conhecer mais sobre os alimentos que consomem e que fazem mal a saúde dos hipertensos e diabéticos.  Para ela, estagiar nessa área acrescentou muito no seu aprendizado, pois se trata de uma área difícil. "Foi uma ótima oportunidade para ouvir histórias e poder contribuir com a saúde das pessoas, aprendi muito", afirma.

Outro tema explorado pela turma do 7º período foi à cirurgia bariátrica. Segundo a aluna Tamara Louise do Prado, o seu grupo tinha como objetivo conhecer qual era a atual rotina alimentar dos pacientes considerados obesos mórbidos da Clínica. "Realizamos entrevistas para saber detalhadamente quais eram suas preferências alimentares. E entre os pratos preferidos, os mais citados foram pão, macarrão e arroz. Já as hortaliças foram os mais rejeitados", comentou Tamara, completando que a conclusão dos alunos foi que a dieta dos entrevistados possui um elevado índice de carboidrato.

Outra equipe fez a avalição nutricional de alunos do primeiro a quinto ano do Colégio, no período matutino e vespertino. "A gente chegou à conclusão de que as meninas estão mais preocupadas com a saúde do que os meninos. Por isso buscamos fazer a avalição mais correta possível para que mandássemos o resultado conclusivo aos pais", declarou a acadêmica Camila Sampaio. Nas escolas públicas visitadas pelo grupo, foi observado o baixo peso das crianças devido uma carência nutricional. "Chamou a atenção os dados alarmantes de desnutrição. Muitas delas se alimentam somente uma vez por dia, o que é realmente preocupante", concluiu. Já nas escolas privadas os jovens tem um acesso maior a todo o tipo de comida. "Tanto as consideradas corretas para a idade e as gordurosas extremamente prejudicais a saúde", completou a aluna. Foram avaliadas cerca de 100 crianças para o desenvolvimento da pesquisa.

O grupo da aluna Eliane Mango fez uma pesquisa sobre a lavagem das mãos em uma instituição sem fins lucrativos, dentro de uma cozinha comunitária. Durante cinco dias consecutivos foi dada toda a orientação e os materiais necessários, pois as pessoas não tinham o hábito e nem condições de lavar as mãos antes das refeições. Segundo Eliane, é fundamental obter esse hábito. "É muito abrangente a contaminação do próprio alimento pelo contato, e com isso, a disseminação de doenças. Trata-se de uma trabalho de prevenção", esclarece. A orientadora desse trabalho, professora Adriana Ernanis Martins, disse que a proposta de estágio é especifica na área de segurança alimentar e nutricional e tem como principal objetivo buscar estabelecimentos ou entidades carentes para oferecer uma boa alimentação e boas condições de saúde. Após 10 dias, foi feita uma nova pesquisa para saber quantas dessas pessoas ainda continuaram com o hábito, e apenas 17% das 250 pessoas que frequentam a cozinha comunitária não aderiram a esse hábito tão importante para a saúde. "O resultado foi bastante positivo. O fato é que numa instituição como essa em que desenvolvemos o trabalho, além da conscientização, faltam recursos. É preciso que haja, também, a doação de materiais higiênicos", ressalta.

O trabalho apresentado pelas alunas Letícia e Karine foi o resultado da aplicação de um check-list sobre o desperdício de comida, realizado no refeitório de uma cooperativa da cidade. As acadêmicas se pautaram em uma resolução da ANVISA, e foram detectando as não conformidades da unidade. Segundo Letícia, os restos, que se tornam apenas lixo orgânico, são pesados e colocados em uma planilha a fim de se contabilizar o que se perde. Avalia-se o desperdício no prato e na bandeja dos funcionários e anota-se isso no check list. A conclusão tirada com a pesquisa é de que esse desperdício é excessivo e precisam ser desenvolvidas novas ações de conscientização dos colaboradores da empresa.

A professora do curso Thais Mariotto Cézar explica que "o evento, além de ser importante por demonstrar as pesquisas dos acadêmicos, é também uma oportunidade de explorar melhor alguns assuntos que não puderam ser tão aprofundados durante os outros períodos".

MOSTRA DE ALIMENTOS FUNCIONAIS

A proposta do evento foi mostrar os alimentos funcionais e nutritivos, demonstrar o que são e como podem ser preparados. Todos os períodos do curso participaram da atividade e trabalharam com ingredientes diferenciados. O objetivo era fazer com que eles produzissem receitas. Alguns alunos adaptaram e outros trouxeram produtos terceirizados.

O que mais surpreendeu foi a inovação, entre os alimentos expostos pelos grupos teve a pimenta, que segundo eles é considerada como um alimento funcional - aqueles que auxiliam na manutenção da saúde e diminuem o risco de doenças. Eles fizeram uma geleia de pimenta e para o acompanhamento biscoitos assados e bolachas de água e sal.

O grupo responsável pela Chia trabalhou com outros ingredientes que acompanharam esta semente, entre eles a geleia e o suco de abacaxi. A aluna Stephani diz que apesar da dificuldade de encontrar alimentos que combinassem com a Chia ela gostou e recomenda a reprodução desta receita.

Já o grupo das Oleaginosas trabalharam com três receitas, dois doces funcionais e um leite de amendoim. O acadêmico Alan ressalta que as oleaginosas são fontes de gorduras boas. As funções são diversas e cheias de benefícios para a saúde

Para Bruna de Oliveira Lauxen, do 1º período, ter esta dinâmica logo no começo do curso é muito importante: "quando entrei no curso já esperava pelos momentos práticos, pois desenvolvemos pesquisas e depois vemos o resultado no prato", ressalta a aluna. A professora Débora, que coordenou os acadêmicos do 1º período, fala dos pontos positivos da atividade. "É uma maneira de trazê-los para a prática, pois no primeiro ano as matérias são todas teóricas, e quando entram na faculdade já existe uma procura pela prática, além da oportunidade de aprendizado com alunos de períodos seguintes", finaliza.

Para Maria Imaculada aluna de Fonoaudiologia que provou os pratos, a experiência é um grande aprendizado. "É importante, pois eles podem demostrar seus trabalhos e nos ensinar sobre alimentos funcionais que, além das funções nutricionais, produzem efeitos benéficos à saúde. Sem contar que é uma delicia provar a mistura de sabores que eles produziram", afirma.

A 10ª Jornada de Nutrição teve continuidade hoje (22), com palestra sobre Gastronomia Funcional e a noite o tema é: Terapia Quântica. Amanhã (23) o encerramento do evento conta com cinco palestras sobre diversas áreas.